A Netflix é um serviço de streaming de vídeo que se tornou extremamente popular em todo o mundo, incluindo em Moçambique. Com uma ampla variedade de filmes, séries de TV e documentários disponíveis online, a Netflix oferece entretenimento para pessoas de todas as idades e interesses. Desde dramas cativantes até comédias hilariantes, a plataforma oferece algo para todos. Vamos explorar como a Netflix tem impactado a cultura do entretenimento em Moçambique e quais são as opções disponíveis para os assinantes locais.
O cinema moçambicano está buscando novos caminhos para se consolidar, crescer e alcançar o público em massa, e nesse sentido, o digital se apresenta como uma solução inovadora. Inspirado no modelo de negócio de gigantes como Netflix e HBO, um cineasta moçambicano decidiu lançar a primeira plataforma de streaming do país, chamada Netkanema.
Revitalizando o cinema moçambicano através do streaming
Sabemos que a indústria cinematográfica em Moçambique ainda está em seus estágios iniciais, considerando-a como uma indústria saudável e rentável. No passado, as produções nacionais alcançaram grande relevância, atraindo multidões para as salas de cinema, principalmente aos finais de semana. No entanto, com o tempo, tudo mudou e hoje em dia essas salas, que já brilharam nas tardes e noites dos moçambicanos, estão em ruínas.
É evidente que os tempos mudaram e a tecnologia se apresenta como um agente transformador para revitalizar todo o setor cinematográfico, em diversos aspectos. Nesse sentido, o boom das plataformas de streaming, como Netflix, HBO e Apple TV, permitiu que produções de países periféricos alcançassem grandes públicos globalmente. Um exemplo disso foi o filme moçambicano "Resgate", que estreou na Netflix em 2020.
Netkanema: a primeira plataforma de streaming moçambicana
Com base nessa premissa e com um olhar voltado para o cenário local, o cineasta e empresário moçambicano Ivandro Maocha decidiu agir e criar a plataforma de streaming nacional chamada Netkanema, que já conta com mais de 100 filmes produzidos em Moçambique.
A ideia, que começou a ganhar forma em 2019, foi inspirada na infância do cineasta, influenciado pela mãe, que sempre trabalhou com audiovisuais e despertou nele o amor pela sétima arte.
O principal objetivo da Netkanema é "divulgar e promover o amor pelo cinema em Moçambique e, de alguma forma, tornar-se parceira dos cineastas nacionais", afirmou Ivandro Maocha. Ele destaca que "o objetivo inicial era apenas criar uma 'cinemateca virtual', ou seja, uma plataforma onde fosse possível encontrar filmes que estavam apenas na minha memória".
No entanto, olhando para bons exemplos de outros países, a ideia evoluiu e ganhou força, deixando de ser apenas um repositório de filmes do cinema moçambicano para incluir novas produções. Ivandro Maocha destaca que agora é possível assistir a várias produções de quase todas as províncias do país, feitas por aspirantes a diretores com equipamentos de alta qualidade, bem como por aqueles que fazem filmes por pura paixão. Ele defende que o que torna um filme bom não está diretamente relacionado aos equipamentos usados, já que existem produções de destaque feitas com celulares simples ao redor do mundo. O mais importante é a visão e a mensagem transmitida pelo filme.
Desafios e perspectivas
Ivandro Maocha revela que "o grande objetivo da Netkanema é divulgar novos aspirantes a produtores cinematográficos, novos cineastas e unir a nova e a antiga geração de amantes e realizadores do cinema". No entanto, o caminho até lá está repleto de desafios. "É difícil fazer as pessoas assistirem a filmes pela internet, pois ainda é caro. Também é difícil convencer as pessoas de que é possível ganhar dinheiro com uma plataforma individual de distribuição de seus filmes, pois a experiência da Netflix mostrou que isso só funciona com uma grande quantidade de informações disponíveis", explicou o cineasta.
No momento, a Netkanema disponibiliza mais de 80% dos seus conteúdos gratuitamente. A Maocha's Filmes, responsável pela plataforma, arca com todos os custos operacionais, incluindo serviços gráficos e burocráticos relacionados à licença das obras. "Nos últimos três anos, observamos as tendências do mercado e percebemos que os moçambicanos estão dispostos a investir um pouco de dinheiro em filmes. No entanto, como isso não é um comportamento contínuo, o cinema ainda não é uma atividade verdadeiramente sustentável", lamenta Ivandro Maocha.
Com uma assinatura mensal de 200 meticais no pacote básico, a Netkanema prefere não revelar, por enquanto, o número atual de assinantes registrados na plataforma, mas não esconde o fato de que, neste momento, o negócio ainda não é lucrativo. "Abraçamos essa causa cientes disso, mas essa é uma aposta no futuro, no cinema e em todos que o consideram sua vida", concluiu Ivandro Maocha.